Ben não parecia ser desta terra, mas gostava de se inteirar do que acontecia por aqui. Ficava atento as pessoas, achava que elas eram seres cheio de tendências previsíveis; cheias de faltas, de coisas escondidas, gostava de observar seus limites; ele também gostava de ajudar para que elas não se sentissem sozinhas, eu me perguntava: Ele se sentira assim? Mas Ben, não era daqui. Eu não sabia como provar isso ainda, além de também não saber nem supor e descrever tanto o que ele pensava; desse modo, eu também o observava.
Cada pessoa era uma matéria, cada experiência uma escola. Ele tinha uma tendência além de contato com tanta gente, a coisas de outras realidades. Falava do que era invisível, de coisas mundos paralelos, gostava de seres com outras configurações, coloridas, com super poderes, um ser que era três em um; falava de indivíduo, singularidades e sociedade.
Suspeito que Ben veio de Netuno. Ele não me falava muito de onde veio. Ben era como água: Fluído, adaptável e curandeiro. Para olhos rasos, ele parecia se camuflar como se fosse daqui, mas eu de perto via, não tinha como ele ser.
Conheci Ben por meio de uma viagem, na época em que eu estava de férias visitando outras cidades. Ben me era curioso. Não parecia ofensivo, mas ofendido várias vezes. Lhe ofendia a falta de amor e a burocracia de números. Para ele nas relações não podia faltar amor; ele parecia ter isso na veia; o senso de justiça dele também era plausível. Mas sobre as burocracias...
Um dia pedi os documentos dele para algo de um registro. Ben não tinha números, apenas letras e foi então que percebi sua falta de familiaridade com matemática. A lógica dele era sempre por outra via... Ben, certamente é de uma terra de amor e palavras. Na dor, ele esconde elas, mas não o amor que lhe é, nitidamente, visceral.
Mas como Ben rejeita números? Pois é, ele vive nessa terra de forna ilegal. E foi nesse dia de palavras e faltas de números que comprovei que Ben sempre foi um estrangeiro. Ben não é daqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário