Chovia, chovia muito naquela noite. O barulho das gotas nas casas, nas pedras de paralelepípedos e nas plantas ao redor declaravam que as gotas vinham com muita força... Tudo ganhará um tom diferente, um filtro pra minimizar contrastes e as luzes ficaram turvas. Alaranjadas e turvas.
Eu estava sozinha em casa um tanto aflita em meio a tantos pesares que passavam pela mente, fui a janela e lá senti os pingos cair na janela e respingar em mim. Fechei os olhos... Aquele cheiro, era muito bom. Abri a porta e saí. Na frente da casa me sentei no banco do jardim; a chuva diminuía e aquelas gotas não causavam dor, nem euforia. A água descia pelo meu corpo, deixando minha roupa colada e meu cabelo encharcado. Eu levantei minha cabeça para o alto, de olhos fechados, me permiti somente sentir. Como se a água banhasse não só meu corpo, mas também a alma... Senti paz. Uma resposta em oração d'água. Recebia eu, o que vinha do céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário