A conversa fluía entre eles, sempre; desde o início. Entendiam os sarcasmos, as ironias e as bobagens um do outro. Ela se apresentava muito expressiva, sagaz na linguagem, curiosa e mística; ele zoeira, atencioso e sincero. Diante de conversas empolgantes, resolveram se encontrar pessoalmente, sair pra comer.
O primeiro encontro foi do tipo detalhista. A cor das unhas foram notadas, o desgosto por vinagrete na comida dele também, as vozes, o jeito que mexe nas coisas... E como sabiam que estavam sendo observados, se atrapalhavam, entre realidade x expectativa. Queriam mostrar o real, mas até que ponto?
[As vantagens de conhecer alguém sem amigos em comum, é que pode haver um grande perigo ou para os loucos, um grande atiçar de curiosidade, podendo ser também, de criatividade, visto que você pode escolher sobre: "Quem você será hoje? Qual a versão melhor da sua própria história ou, como você quer que ela, fantasiosamente, se pareça?"]
Quando saíram do restaurante ele a abraçou como se
fosse se despedir e tentou chegar
mais perto para beijá-la, foi então que a garota mudo o roteiro, pois estava muito óbvio a expectativa e ela era um pouco do contra. Ele entendeu prontamente e sugeriu que fossem andando para a casa dela que
era um tanto perto, pois assim, teriam mais tempo para conversar, ir caminhando e sem ninguém para atrapalhar o desenrolar da história.
Feito menino e como se
fosse pequeno, subiu numa divisória do estacionamento que
estavam passando na calçada, ela, mais menina ainda, sentindo-se menor do
que já é em estatura, imitou, subiu também, mas ele desceu, e ela quase caiu.
Quase, porque ele a segurou. Segurou e dessa vez eles se beijaram. O tempo parou
ali, deu pra ver, naquela degustação de um começo bom. Foi ele quem chamou ela de volta: "Vamos. Não podemos ficar aqui assim..." Vanessa como uma "garota bem levada", sorriu e pegou na mão dele para continuarem. Ele expressou o quanto estranho era estar de mãos dadas tão rapidamente com ela, já a moça, pouco estava se importando. Eles conversaram o caminho inteiro, ele a deixou na frente de casa, se abraçaram e se beijaram bastante e foi a partir disso que uma rotina acelerada de paixão começou.
Com uns dias se passando teve histórias em restaurante, bar, praia a noite, cinema, casa... Era divertido, casual, rir a toa, até que falaram mais sobre as seriedades da vida. Isso assustou, Téo foi indo e ela o deixei ir. Não demorou muito, ela seguiu dando uma continuidade da vida como realmente era: um novo recomeço; pensou: Foi só um rapaz num intervalo.
Com uns dias se passando teve histórias em restaurante, bar, praia a noite, cinema, casa... Era divertido, casual, rir a toa, até que falaram mais sobre as seriedades da vida. Isso assustou, Téo foi indo e ela o deixei ir. Não demorou muito, ela seguiu dando uma continuidade da vida como realmente era: um novo recomeço; pensou: Foi só um rapaz num intervalo.
Anos se passaram e eles nunca mais se viram pessoalmente, tornou-se virtual de novo. Eles lembravam do que havia acontecido nitidamente com carinho, mas pouco falavam sobre. Passou. Até que chegou um dia em que finalmente resolveram se reencontrar, enfrentar algo; talvez, matar a curiosidade e por em provas a si mesmos. ["Somos só amigos sem mais intenções realmente?] Dessa vez Vanessa convocou e ele aceitou.
Ao se encontrarem, pareceu comum e estranho se verem, afinal conversavam tanto pelo celular que não parecia ter passado anos. Mas ao mesmo tempo, estavam diferentes, pois os anos dão acabamento em muitas arestas. Foi nítido, o quanto ficavam perto mostrava que queriam um pouco mais. Depois Téo revelou e Vanessa também foi recíproca: Queriam ter se abraçado mais, mas poderia ser estranho querer isso de um amigo virtual.
Ao se encontrarem, pareceu comum e estranho se verem, afinal conversavam tanto pelo celular que não parecia ter passado anos. Mas ao mesmo tempo, estavam diferentes, pois os anos dão acabamento em muitas arestas. Foi nítido, o quanto ficavam perto mostrava que queriam um pouco mais. Depois Téo revelou e Vanessa também foi recíproca: Queriam ter se abraçado mais, mas poderia ser estranho querer isso de um amigo virtual.
Alguns meses se passaram e novamente chegou um tempo em que a vida
dele estava em um momento de transição, a dela também e foi então que se esbarraram de
novo, nos intervalos. Começou: Restaurante, cinema, casa, bar, casa,
casa... O roteiro ficou diferente. Conhecer
a família, os amigos, as casas, os receios, os sonhos, não
esconder mais o que sente e então foi dessa vez que Vanessa se assustou, alguns princípios dela haviam mudado, pra ele acompanhar, seria se refazer em alguns aspectos e ela não queria que ele pagasse pra ver, pois não era garantia que ela esperaria e realmente se satisfariam; ela se assustou e se deixou ir, pra
longe; começando de novo, do mesmo lugar, mas modificada pelo intervalo.
Voltaram a
conversar, virtualmente de novo. Melhor. Duas vezes em pouco tempo de muita
realidade, não deu certo. Por que? Porque eu acho que as histórias curtas e
intensas a gente deve preservar enquanto está bom. Isso digo eu, partindo do
ponto que me coloquei como roteirista.
Mas posso confessar? Vejo nela saudade dele, hoje. Isso mesmo. Não para se ver pessoalmente, ou algo mais. É coisa
dos intervalos mesmo. Ela está em um e ele fica pulsando; contudo, agora com total
convicção: Vanessa está com saudade do seu amigo virtual, o rapaz dos
intervalos. Na verdade, a vida sempre tem muitos intervalinhos, não é? Ou será que ele passou a ser parte de uma frequência da vida dela e ela não reconhece isso? Ah não sei... Apenas afirmo que ela está com saudades do amigo virtual dela, é isso; e diante do histórico de realidades que foram de amizade colorida, ela vai dar continuidade a virtualidade, por que? Eu já expliquei sobre as pequenas boas histórias.
"Vou convocá-lo pra gente jogar alguma partida on-line!"
"Vou convocá-lo pra gente jogar alguma partida on-line!"
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