Eu não costumo gostar de acordar cedo a menos que seja pra viajar. Sou assustadoramente pontual e eficiente pra isso. Mochila pronta, cochilo dado, café tomado, roupa adequada e coração repleto.
Mais um dia que eu vou a um lugar desconhecido como missionaria. Eu fico com uma alegria genuína em ir cantando no carro com minha turma; chegando lá nos reunirmos pra determinar a logística, orar e finalmente nos espalharmos com as mãos e corações cheios.
Carrego com no peito Cristo em mim; nas minhas mãos alguns objetos e alimentos pra algumas pessoas; na minha mente a sabedoria do ouvir, acolher e apresentar a minha missão: somos alcançados, amados e salvos pela fé e pela graça de Cristo Jesus. Saio levando amor, não o meu; mas daquele que por meio de mim, cumpre sua obra.
Agora levo e recebo abraços, sorrisos e lágrimas. As vezes me seguro, pra não mostrar tamanha sensibilidade que chegam aos meus olhos; há uma linha ténue entre empatia e apropriação. Eu sinto muito...
Sinto muito a situação em que se encontram, sinto muito ao ver a sabedoria de quem pouco tem coisas, mas estão repletos de fé ou ainda sim, tem alegria; sinto por aqueles que quase desistiram; sinto pelos que necessitam de tanta coisa e sofrem injustiça e precaridade... Hoje eu vou sentir de novo o desgosto do caos do mundo e ao mesmo tempo o amor maior do mundo que é o de Deus; o de servir.
Vou cheia de intenções, achando que vou ensinar e na verdade tantos me ensinam com suas histórias que eu volto, contente porque contribui com um momento, ou dia bom; feliz porque eu cheguei representando algum sim de uma oração; porque fiz algo de bom pra outros.
Volto reflexiva, transformada a cada encontro, interferida por cada um. Volto mais ao básico mesmo: humana.
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