Deus deve ter feito Ana Caroline iniciando pela cabeça, fico eu imaginando... Cabelos cor de barro, meio alaranjado, meio vermelho, inspirado nos telhados das casas. Liso em cima e desceu brincando em movimento, fez ondas, o barro respingou na pele, que nem a cor definida ainda estava, então Ele deixou feito folha comum, branca mesmo, salpicada de vermelhos e marrons com um leve rosado do sangue que viajará por ela. Falando em cores, complementou o tom terroso com cor de folha, Ana nasceu com olhos verdes; narizinho astuto de quem se impõe e uma boca larga de quem não nasceu pra disfarçar sorrisos.
Cabelos cor de telha, observo eu. Telhado dela. Cabeça boa vejo eu; boa pelos bons abraços dos seus neurônios com os pensamentos dela. Ana Caroline tem equilíbrio coerente em seu labirinto. Andava pelo mundo com a exploração de uma criança e a destreza de transformações de um adulto; andava leve, ressignificando coisas, as personificava em tratamento; um amor para o cumprimento dos seus propósitos; e no meio do caminho, tinha um André.
André do telhado (ou cabelo) preto e ao sol azulado, diferente do cabelo de Ana, o seu já foi feito divertidamente cacheado, escondendo seus pensamentos mais mirabolantes, andava como se estivesse sempre apressado, olhar sagaz e vivo. André muito jovial olhava para as pessoas como se admira ideias. Pensava sobre, ficava articulando, fica empolgado pelas miudezas de cada um e se desinteressava muito fácil para quem só falava em grandezas de si. Ele amava o mundo. A imensidão dele e as criações. Gostava muito do natural, da natureza... E no meio do caminho de André tinha uma Ana.
Ana dos olhos cor de folha, árvore com orvalho, verdes e brilhantes. Ana leve que pausou a correria de André. Ele não estava atrasado, ele estava no tempo certo pra encontrar a moça, mas por ela, André precisava olhar devagar. Ela acompanhou um pouco da pressa dele em viver e descobriram algo em comum, o desejo do desfrutar o que há de bom na vida, a visão para coisas do alto e o movimento estimulante do morar em uma Casa 08: a vivacidade e dom de transformar!
Transformar a casa de dentro, transformar a casa de fora, transformar casas alheias e tudo que puderem com sua imaginação e ação em melhorar. Ela uma psicóloga e artesã, ele um arquiteto e ilustrador. As artes se casaram, o Criador os uniu. Imaginem o que veio dessa união de calorimetrias?
Amora Poema, tinha um teto cor de? Amora... Cabelos arroxeados raros de se ver, cachinhos unidos e esvoaçantes querendo abraçar o mundo, olhos cor de âmbar. Exótica e poética. Criatura de artista é arte. Arte cantada e contada é poema. Daí veio o nome dela e junto com ele uma vida de significados, que mais tarde, como seus pais, mudaria, pois ela encontrará a sua forma de contar e ver as coisas do mundo: "ressignificando".